Sunday, December 02, 2007

Por que a Internet é utilizada para a interação humana?

Na aula de ontem, do Pós-Graduação que estou cursando, discutia-mos a questão de uma sociedade midiatizada que vivemos na atualidade. O professor que provia o tema era o Dr. Antônio Fausto Neto que tendeciou a focar-se em interação mediada por computador e na emergência de manter-se informado dos mais variados temas que circulam pela rede.

A interação humana na Web é um assunto que tem interessado diversos pesquisadores partindo-se da idéia de que cada vez mais pessoas passam a utilizar de máquinas para estabelecer seus sistemas comunicacionais. A propósito, esse é o nome da disciplina de Fausto no curso, Sistemas Comunicacionais. Nós passamos a utilizar a Web para contatos comuns do cotidiano, antes mantidos exclusivamente de forma presencial. Amigos, famílias, colegas profissionais, clientes e fornecedores passam a utilizar a Internet como um canal de comunicação para manter relacionamentos.

A questão de profissionais, amigos e familiares distantes estarem utilizando a rede para tal fim parece bem óbvio, seja por questões financeiras ou por distância geográfica. Mas, a questão é porque interagentes que estão próximos passam a utilizar a Internet para estabelecer suas relações? Fausto colocou em discussão o resultado de pesquisadores que perceberam que as pessoas não utilizam a rede simplesmente no intuito de explorar as possibilidades de democratização da informação que ela oferece, mas sim pela construção de um eu virtual que faz com que se use da Web para estabelecer novos laços.

Os laços sociais na Internet são também colocados por outra professora do Pós, a Raquel Recuero. Ela relaciona essa questão para justificar a participação dos usuários nas redes de relacionamento como Facebook ou Orkut. Mas, seguindo esse aspecto, pode-se dizer que a busca é tanbém por um capital social na Internet a fim de não se estar excluso dessa sociedade midiatizada.

Há então esses que se utilizam da Web em busca de capital social, mas os outro interagentes estão em busca do que? Por que as pessoas passam a criar relacionamentos na Internet a ponto de levar a público assuntos que antes eram exclusivos da vida privada?

O tema será desenvolvido num estudo que estou iniciando para compreender de forma mais aprofundada as interações mediadas por computador. Mesmo sabendo que diversos autores publicaram sobre isso e já conhecendo alguns, acho necessário desenvolver essa pesquisa para estar bem embasado para um futuro trabalho que venha a fazer num curso mais avançado. Postarei aqui com mais freqüência sobre isso, para compartilhar o avanço do trabalho, já que seus resultados darão origem à minha monografia do Pós.

O outro tema abordado na aula diz respeito à velocidade da informação na rede, da emergência manter-se informado. Nesse aspecto, novas lacunas se abrem em diversas linhas a serem seguidas. Não estarei escrevendo mais a respeito sobre isso nesse momento, mas abaixo referencio uma citação de Muniz Sodré sobre o assunto, para registrar a nossa conversa com Fausto e também para estender a discussão.

[A] midiatização é uma ordem de mediações socialmente realizadas – um tipo particular de interações, portanto, a que poderíamos chamar de tecnomediações – caracterizadas por uma espécie de realidade sensível, denominada medium. Trata-se de dispositivo cultural historicamente emergente no momento em que o processo da comunicação é técnica e mercadológica redefinido pela informação, isto é, por um produto a serviço da lei estrutural do valor, também conhecida como capital. (SODRÉ apud MORAES, 2006, p. 20 -21)

Ele aborda a questão da sociedade midiatizada saturada de informações. Os 15 minutos de fama de antigamente não são mais suficientes para a atual conjuntura de uma sociedade midiatizada. Fala de uma “hiperinflação audiovisual” (p. 10) relacionando-a ao mundo globalizado.

BIBLIOGRAFIA
Para quem deseja conhecer mais sobre relacionamentos na Web, Fausto indica os seguintes autores: Christopher Lasch; Anthony Giddens e Gilles Lipovetsky. Deste último ele aconselha a obra A felicidade paradoxal.

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