Wednesday, August 15, 2007

Falta de respeito ganha a fama

A sonoplastia brasileira parece ter ganhado a sua última pérola. A música Vai tomar no... da atriz Criz Nicolotti pode até virar CD. A música está sendo vendida para o uso nos celulares e já teria rendido cerca de meio milhão de reais. Isso muito me entristece, pois de tantos artistas desse país que se esforçam para ter seu espaço na popularidade, logo músicas com palavra obscena são as que caem no gosto do público.

Convenhamos, que mau gosto. Em minha opinião, o fato apresenta o quanto faz falta a educação nesse país. Dessa vez, educação em todos os sentidos, pois em todas as classes sociais parece fazer sucesso. Então, o problema da falta de cultura no Brasil não é só atrelado à falta de escolaridade. Lembro de uma outra música com palavras pejorativas que fez sucesso, do Gabriel Pensador, que trazia a expressão "filho da p...". Esse cantor tem letras interessantes que criticam problemas relevantes, mas todos parecem ter seus momentos infelizes.

Espero que em algum dia a população desse país passe a dar maior valor aos seus reais artistas, para que as pessoas passem a ser mais cultas e, principalmente, respeitosas. Principalmente, na política que perdeu o respeito faz tempo.

Há ainda aqueles que acreditam que assim vamos a algum lugar. Haja paciência e que aqueles que incentivam esse tipo de lixo que sejam os que vão tomar no...

*a música foi até tema introdutório de um programa do Jô Soares. Mas, nesse caso, confesso que não foi surpresa nenhuma para mim.

2 comments:

Gabriela Zago said...

Onde esse mundo vai parar??

Edison said...

Eu pessoalmente não tenho nada contra o uso de palavrões em músicas, desde que sejam usados com um propósito.

No caso da música da Cris Nicolotti, não acho que ela tomou o lugar de alguém. Uma pessoa não vai deixar de ir em um show de MPB pra ouvir essa música.
É uma música pra fazer graça. Logo fez sucesso, e logo deixará de fazer.

Essa música do Gabriel citada, FDP³, não estourou nas paradas, como da Cris. E a letra das estrofes era bem mais forte que o refrão. Ou seja, quem fosse vir, já estava procurando por uma crítica social.

Sou do partido de que há formas mais elegantes e inteligentes de aliviar seus âmagos, mas às vezes, seja pelo contraste, ou pela ênfase, um ou outro palavrão se faz necessário. Depende de quem está falando e para quem está falando.